Esses dias Mantega participou de um evento organizado por uma entidade, Grupo de Líderes Empresariais - LIDE. Foi entregue a ele um texto denominado "Agenda para o Avanço Acelerado do Brasil". A ideia seria simplificar a tributação por meio da criação de um ICMS nacional, recolhido diretamente pela união e redistribuído a estados e municípios, agregar impostos e contribuições num único tributo etc. Não imagino que centralizar a tributação seja melhor do que descentralizar e não tenho certeza de que o governo federal gostaria mesmo de abrir mão de suas contribuições. O que é interessante é que o autor da proposta propõem a simplificação tributária frente à constatação de que não é possível reduzir a carga. Evidentemente fica uma dúvida: Em que é que os autor se baseiam para tal afirmativa? Isto não fica claro, mas de qualquer forma episódios recentes acabam por comprovar que é sim perfeitamente e muito benéfico reduzir a carga tributária.
Mesmo com a redução do IPI, para efeito de estímulo ao consumo, a arrecadação bateu recorde em maio. O crescimento real foi de 3,82%. De janeiro a maio de 2012 sobre janeiro a maio de 2011 o aumento foi de 5,83%.
Embora não tenha feito muita diferença na arrecadação, manteve-se o recorde que vem ocorrendo nos últimos anos, fez toda a diferença na medida da inflação.
Por conta da redução do IPI a inflação de junho, sobre maio, foi de 0,08%. É o menor resultado desde agosto de 2010, quando foi de 0,4%.
A queda da inflação abre espaço para uma pergunta: os juros básicos da economia podem baixar mais? Se puder ótimo, já que certamente irá impactar no pagamento dos juros da nossa Dívida Pública. Embora a gente não saiba bem o que será feito com essa economia.
Mas talvez devêssemos ainda fazer uma outra pergunta: Se o impacto da redução do IPI foi tão forte na medida da inflação, se sua queda não afetou o resultado da arrecadação esperada por qual motivo não se poderia simplesmente eliminar o IPI de forma definitiva. Aliás, qual sentido tem tributar a “produção” industrial?